Como o segundo trimestre já passou. rs E eu não comentei com vocês as minhas últimas leituras. Vou falar quais foram as histórias que li entre abril e agora em agosto; e contar minhas experiências.
Bora lá! ;)
Entre estantes de Olívia Pilar
Um conto super fofo e com romance sáficoo! ♥
Isabel acaba de iniciar seus estudos na faculdade e, como ainda não tem amigos e não sabe como agir diante desse novo espaço, ela começa a ficar na biblioteca do campus. Lá, entre as estantes (sksk sim, vou usar o trocadilho), percebe a presença de outra garota, Helena. E a partir daí, um novo interesse começa a surgir.
Achei o conto com uma vibe bem próxima da realidade e fácil de se conectar. A personagem principal, a Isabel, ainda está se entendendo enquanto bissexual e é muito legal ver isso sendo explorado na história. Fora a representatividade negra que a narrativa traz e a ideia de que, para conhecer alguém legal, basta ir em lugares que sejam mais próximos de você.
Salvar o Fogo de Itamar Vieira Junior
O terceiro livro publicado de um dos meus autores favoritos! :)
Eu estava com expectativas bem pé no chão com esse aqui, mas sabia que a escrita do Itamar iria me derrubar com muitos insights e marcações durante todo o livro.
Em um resumo (porque esse livro é mais conhecido e fácil de achar a sinopse. kk fiquei com preguiça de fazer :’) A história é boa, mas me deixou com um ar de “poderia ser menos páginas” e vou admitir, os personagens não me cativaram tanto. Dá-lhe começo controverso. kakaka
Porém, todavia… a narrativa é super reflexiva, pois trata muito de como as famílias podem ser pequenas e distantes entre si. Que uma comunidade pode não gerar tanta união ou acolhimento, como se imaginam no geral. E isso é muito REAL!
Gostei de como o Itamar aborda a personagem Luzia, e as coisas que sofre por ser uma mulher afro-indígena, médium e conectada com as suas duas ancestralidades; vivendo nesse povoado carregado de vertentes cristãs religiosas, fruto de alguns acontecimentos da época “colonial” e que ainda afetam a todos ali.
Na história, Luzia sofre também algo pesado - não vou dar spoilers, e teve que se refazer para manter o pouco da família que restou: o pai e o irmão mais novo. Cuidar da casa e desses entes. Com toda essa estrutura que a cerca.
Outro personagem que tem destaque é o Moisés, o irmão mais novo. Que se vê crescendo nesse ciclo de um povoado e uma comunidade que falei, estudando em um mosteiro de padres. Sendo criado pela irmã mais velha.
O livro é dividido em quatro partes e o autor, como sempre, traz essas e outras reflexões muito importantes e interessantes. Ainda mais de uma família afro-indígena que cresceu nesse lugar, no interior da Bahia. Cuidando da terra para viver e sobreviver, e os ensinamentos que a natureza transmite a eles.
O único detalhe é que, realmente, não consegui me conectar com os personagens. E como citei acima, a narrativa tem uma bagagem incrível. E realmente, achei que o Itamar colocou páginas há mais e que algumas coisas se estenderam demais sem necessidade. Ao invés de conectar, senti que esse há mais não era tão necessário.
As últimas duas partes para mim compensam muito e o final foi bom, muito bom. Só que, foi isso que senti durante a leitura. Mas ainda assim, quero reler novamente a obra com outros olhares; quem sabe mais pra frente.
Arsène Lupin contra Herlock Sholmes de Maurice Leblanc
Como notaram, estou bem eclética esse ano com as leituras. kk Li esse livro com meu grupo de leitura pessoal (eu e os meus besties), e confesso que estava com saudade enorme de ler um romance policial!
Ter um dos maiores ladrões da literatura francesa contra o detetive inglês mais conhecido, é um marketing por si só! E o Leblanc soube fazer bem seu papel!
Já adianto que, o Herlock Sholmes nada mais é que um personagem que tem a “essência” do Sherlock do Sir. Arthur Conan Doyle...
- Pausa para a fofoca:
O Herlock foi criado com um pé atrás pelo Leblanc, pois Conan Doyle não tinha autorizado o uso do personagem original, o Holmes, na história. E o que o Maurice fez? Trocou as letras do nome do personagem, mudou um pouco as características físicas dele - que é ruivo nessa versão do livro, tem nariz comum e 50+. E fez uma fan fiction digna dos tempos atuais. Será que o Maurice foi o primeiro a fazer isso? Fica a dúvida.
Em um resumo, temos dois casos em que ambos os protagonistas se enfrentam. Sendo casos que envolvem roubos e assassinatos. No primeiro deles, senti uma abordagem mais real e entretida. Tanto Lupin como Herlock se confrontam, bem no estilo século XIX e XX, com farpas faladas, emboscadas, espionagem e etc. É bem interessante entender como o rei dos ladrões da França consegue se safar de tudo, absolutamente tudo, até que o detetive inglês arruína seus planos.
Já no segundo caso, bem… poderia ter ficado só em um mesmo. Porque o gosto ficou bem repetitivo e meio sem nexo. kkkk
Mas, umas observação sobre o livro:
1 - O Wilson aka “Watson” também é falado na obra, mas é diferente também e simplesmente descartado em ambos os enredos. O que fiquei fula da vida! Porque o Watson é quem narra os livros do Conan Doyle. À propósito, preciso reler as obras originais, porque… né, hoje, tenho mais conhecimento racial e social, e deve ter muita coisa de época que deixei passar batido quando li muitos anos atrás.
2 - Caramba, mas o Maurice Leblanc passa pano pro Lupin! kakakaka Nunca vi um autor que mais tenta fazer o personagem se dar bem, só por ser o principal. E ele nem é tão bam-bam-bam! A inteligência para roubar e etc., e o humor do Lupin é bem divertido de ler mesmo e revolucionou a literatura naqueles tempos. Mas hoje, para ler, você fica: Mona?!
3 - Fiquei com muitaa vontade de rever a série da Netflix, inspirado no Lupin com o ator Omar Sy. Realmente, a produção conseguiu trazer a essência do ladrão e atualizou muita coisa. ;)
Comentem aí, qual desses livros já leu? Ou conheciam? E quais foram suas leituras desse segundo trimestre?
Adorei suas interpretações e análises criticas ! Eu comecei a ler seu livro Furta Cor ! preciso começar o hábito de ler . Parabéns pelas suas observações e criticas dos livros mencionados. bjs